25 dezembro, 2005

"A Velha Cadeira de Balanço"
Sou eu aqui, mas não sei onde estou
e você ... cadê?
o destino se encarregou.

Varias estórias tenho pra contar
mas as paredes, elas não querem escutar

então estendo minhas mãos aos céus
e dificilmente as nuvens arranhar
logo estendo o meu corpo ao chão
e intuitamente levo me a espaçar...

Poderia alguém, tocar algo tão distante?
como o encontro azul...
no céu-oceano do horizonte.

Sou eu assim, mas não sei como estou
e há alguém ... além
de onde tudo se fertilizou.

Vários momentos existem para se fotografar
mas todo o filme, queima ao se revelar

Então me sento naquela velha cadeira de balanço
pois ali, ninguém eu vejo se acomodar
e me vedo em uma caixa que à ninguém pertence
e indefinidamente ali irei me abandonar...

Poderia alguém guardar algo tão profundo em seu peito?
e se não for possivel...
ainda sim me guardo em teus seios.

Seria eu no fim...
mas não sei do tempo que passou.

17 dezembro, 2005

"Pegadas"
Há marcas no chão. Parece sim, e são os seus passos. Muito estranho! Pois não se recorda, para ele, nunca esteve realmente ali. Olha para o espelho, depara-se e de certo vê! Ah! As rugas - são os seus velhos traços. Ri, pois acha engraçado e dialoga com a imagem: - Como nunca de fato te reconheci?
Se ele anda atrás daquela sombra, não percebe de que lado mesmo se o-põe o sol, e se alguém pensa que ele vive à sua prórpia ronda, é ele quem diz, quem relamente está são!
(...)
Existem sim as suas pegadas, preenchendo todos aqueles caminhos. Mas hoje, segue a sua própria estrada, confiante e agora sozinho...

12 dezembro, 2005

"Pescaria"
Não pregou o olho. Se a noite foi longa para ele, a culpa são das crinças. Nasce uma aqui, nasce outra ali. Mas agora já foi. Acabou, bate o ponto, quer chegar no ponto. Descanso enfim! Fim, de mais um semestre. Fica para trás todo cansaço, as pernas bambeiam, não chegou a sentar. As pálpebras pesam toneladas em sua face mal passada. Olha, olheiras, olha, é a casa, logo à frente. Logo ali, à 450km de puro asfalto. Pega o carro, malas postas. Pé no talo, som no talo, sono no encalço. Pesca, pesca, nada de peixes. Sustos! No som toca o cd gravado daquele show do fim de semana passado em Sampa. Não acredita até agora que esteve lá. Mas acredita que conseguirá chegar logo. As horas não passam, a chuva atrapalha, atrasa. Mas a ansiedade vai decrescendo à medida que a estrada vai pioranndo, buracos, crateras. As BRs do seu estado tem o estado mau conservado. Desacelera, tranquiliza suas emoções. E no término da aventura, tudo se sái como planejado. Casa, férias, sono. Apaga, não as coisas que estavam na sua mémoria, mas sim a sua consciência já obnubilada, como a de quem ficou 33 horas em vigília...

02 dezembro, 2005

"A Epopeia De Uma Vida Dada aos Tapas"
E hoje ele novamente, se não súbito, foi quase de repente - quis bater de frente com a verdade. Mas na mais pura verdade, cruelmente e sem piedade, sendo que ao seu tempo, ainda não era tão tarde, foi ele, de certo é quem apanhou...