25 novembro, 2005

"Ratos"
Pequenos mamíferos, roedores...
nos mantendo como seus credores
deixam os bueiros ao anoitecer,
sujam as ruas por se eleger
eles não miam, nem latem...
escandalosos, nossos lares invadem
são uma praga, vivem para se procriar
e os otários, por eles se deixam bajular.

Sempre se escondem, são covardes
se aproveitam de suas imunidades...
com regalias, vivem como nobres
e ainda sim, roubam o pão dos pobres.

Eles são a escória da sociedade
bem vestidos, demonstram seriedade
e suas promessas...
não cumprem seus deveres,
mas não ouse tirar a mesa deles
pois...
queijo é dinheiro!

Armem ratoeiras no planalto central,
armem ratoeiras no brasil total!...

18 novembro, 2005

"Desjejum"
O vapor quente daquele café forte, coado há instantes, exala da xícara abandonada em cima daquela mesa posta para o desjejum da tarde. Dezessete horas daquela sexta sem sentido, que finaliza a curta semana, qual não acrescentou nada para ele. Pelo menos à primeira vista. E o café se esfria, enquanto sua ansiedade se hipertrofia à espera do 1/4 de século de vivências, que está prestes a se somar. Mas a matemática de suas horas não funciona corretamente. Afinal como subtrair seus repetidos erros, dividir suas inúmeras falhas pelas enormes tentativas de acertos, somadas as passagens esforçadas e impetuosas, que se multiplicaram diante de sua estadia por aquele lugar? Diante de tal questionamento, ele se depara pela incontável vez. Mas por que contar? Se ele pode apenas passar diante de toda essa aritimética sem se incabular? E ele passa ileso, mas quando dá por si, percebe que sua bebida gelou...

09 novembro, 2005

"Crepúsculo"
Hoje já é quase dia. O dia. Continua e outra vez adia. Será amanhã talvez. Quem sabe? Pegará suas botas de solas gastadas e as calçará só para abafar o hálito do couro fétido. Chulé? Pois é. Então olha adiante, e não vê nada, apenas um futuro nublado. E da janela observa a calçada do outro lado. Tudo atrás do vidro fosco, será mais um dia tosco? Não, será um outro dia. Aquele não planejado, onde colocará em seu caminho a sua estrada. Mas onde estará quando baixar o crepúsculo? E como um qualquer ser minúsculo, não estará aqui, e também não ali. Mas sim em um lugar onde ele e nem ninguém ainda pôde da alguma forma imaginar...