31 dezembro, 2008

"O Silêncio Sentido"
Consegue ouvir o silêncio, está vagando por entre nós
como um rio fluindo na direção da sua foz...
ao seu leito alguém reside e pesca alguns pensamentos
certa hora se transborba, fica escasso em argumentos

Qual é o sentido da sua voz?
Por qual o ouvido propaga essa voz?

Vai em frente sem haver ruídos, uma forte corrente o arrastando
no mundo ao lado um tom sombrio, é a natureza se calando
olha o universo, o ínfimo infinito, com seu brilho, os pontos na escuridão...
aqui debaixo um mundo imperfeito, faz companhia a solidão

Qual é o sentido de estar a sós?
Por qual o motivo estamos nós a sós?

As palavras se escondem, achá las será um desafio
da sua mente elas escorrem, vão por entre as margens daquele rio...
daí mudas frases vão surgindo, pela surdez qual penetrando
seria um inseto aqui zumbindo, seria alguém sussurrando

Qual é sentido em que vivemos nós?
Por qual o devido é que vivemos nós?

Mais um dia vai surgindo,
aqui dentro os raios vão chegando
o escuro se revela
gritando a beira janela...
um vulto claro que cega, no céu o amarelo dourado sol
que tráz a vida a esta terra e ilumina o que sou

Seria mesmo este o sentido da sua luz?
venha ver o colorido de toda essa luz ...

26 outubro, 2008

“No Fundo do Posso”
Eis o posso, é raso e ável
onde o fundo mergulha instável ...
entre desejos, constante lábil
tais como segredos do contato, o lábio.

21 agosto, 2008

"Destino Omisso Ao Vício"
Ouça a voz que vem deste hino
que ecoa em timbre alpino
faz d´avalanche deslizar ...
e o caminho alterno- ativo soterrar.

Num favor sem compra-omisso
ao vislumbre não há viso
invés- instiga como mal olhar ...
suspeita a ver são, confabular.

Ao encarnar com´um suplício
vír e ver entregue ao vício
é propício deste lar ...
cale-se vazio, deixa o abandono no ar.

01 agosto, 2008

"Bulimia"
Aquele amor ebuli, mia
se a chamas perto em demais, ia ...
que é bom deveras, é feito all for, ria

A contra adição invalida
deixar ao outro em grave vida
situa a ação toda em manobra evasiva ...

Ou fato torna inflexivo ...
faz gosto do favo sabor indevido
na rela-ação, ingestos de tom agressivo.

05 julho, 2008

"Artefato"
Um qualquer sem alma ... não passa de um hiato
sem caber ao carma a visão do desacato
de modo insipiente ...
o vazio preenche o seu lado saliente.

Seja qual for sua cara ... denuncia o seguinte ato
insana, expressa fazer arte, é fato
poluindo o ambiente ...
esguio, transcende seu recipiente.

Faz estar, é anônimo ...
discrição, seu sinônimo
fosse ninguém homólogo
descreve se, em monólogo.

O que repousa na palma ... é de tamanho nato
inseguro, com o encaixe sensato
das linhas envolventes ...
prediz no caráter, o que é certamente.

09 junho, 2008

“O Trem Com O Eixo Fora Dos Trilhos”
Ele é como um sonhador
é quem colocará o mundo de volta em seus trilhos
e ele é feito um pensador ...
que imagina e traça, como driblar futuros desvios.

Pensa ... pensa ... e pouco fala
pensa que pensa e não diz nada
mas logo se pronunciará!

Ele é um outro observador
que na quietude, deslumbra os olhos em ínfimos detalhes
e ele se diz um amador ...
que ainda procura sua outra parte pelos vastos lugares.

Olha ... olha ... as vezes toca
olhá lá, olha cá, quando se toca
e ele encontrará!

Rascunha um sonho em uma terra feita de papel
rabisca o seu acordar sem se deixar tornar pinel.

Pois vai embora o trem ... descarrilha o seu trem
e qual trem não faz fumaça?
que na desgraça ... apita o trem ...
ele já invém,
como lhe convém.

Ele é como um sonhador ...
é quem voltará o mundo ao seu eixo
e ele é um escritor
que escreve, apaga e dita o seu desfecho.

Sempre ... e com desleixo.

30 abril, 2008

“Souvenir”
Sente se um recipiente vazio,
sente nada ...
não sente a prórpria azia,
senta e toma ...
na mesa e copo vazios,
sintoma
é a ressaca de um outro dia.

Com a sola no chão
vacila um outro passo disperso
consente a razão ...
estar sozinho não é se-lo de certo.

Anda largado naquela prateleira
ao lado daquela velha bronze chaleira
esperando a quem comprar ...
aguardando alguém o levar.

Como um souvenir ...
sem saber ao certo
onde um dia acabará por ir.

01 março, 2008

“As Cicatrizes Do Tempo”


Repare o Sol ... escalando as montanhas
até que possa alcançar o amanhecer.
respire a salvo ... sufocando aquelas lembranças
até que voltem a tona para o entorpecer

e o esvaecer ...

Já se foi tempo, que de volta não se tráz
qualquer dia a toda hora ... já não é que tanto faz!

Suspire ao vento ... que balança aqueles galhos
por onde certa vez alguém se dependurou.
se o reinvento ... ao acoplar alguns poucos retalhos
num determinado logos foi o que o cicatrizou

e o imunizou ...

Lá se vai o tempo, que não passa mas ...
todo dia, a qualquer hora já não há infarto mais.