05 setembro, 2006

"Para Um Ser Semiológico"

Se nele reside um doutor,
então ele tira a dor... dos outros
mas as carrega para si.

e se fosse um ator,
ou seja lá mais o que for... ele se soltaria aos poucos
sem nunca deixar de interpretar-se.

Quando ausculta o coração, o seu amor não mora ali mais não
pois o que se percebe... é a hipofonese, e o corpo molha, é a diaforese
já aquela dor constrói a sua anamnese.

e quando está só, está sóbrio
ele está só-sóbrio...

a sua lucidez... transfere ao mundo insensatez!
pois é seu temor ser como a todos, normal
e aquele seu tremor... se torna essencial.

Se aqui há um doutor,
veja, ele veste a cor...
o branco que reflete a paz da sua alma.

e quando expressa seu rancor,
o que ele faz é se expor...
d´um jeito que transparece a sua calma.

Mas há dispnéia em suas incursões, observe os seus murmúrios
uma cianose colore suas mãos, e ele aquece os seus subúrbios
sob uma inspeção... estática!
para ele a felicidade pode ser sim idiopática.

mas há quem discorde...
e a quem se acode?

a vida aprende a se virar, como um free-lancer
uma paixão pode se tornar o seu câncer...
uma síndrome de consupção,
que se erradica com irradiação!

aproveite todas aquelas frases...
até que se alastrem entre, são suas metástases.

Se nele haverá um doutor,
ele amará o seu labor... como poucos.